Joaquim Branco
Caros amigos,
Nascido em Cataguases (MG), em 1940, o poeta Joaquim Branco herdou de seus
conterrâneos da revista modernista Verde, do final dos anos 20, o gosto
pela experimentação e pela literatura de vanguarda. É autor de livros de poesia,
ensaios e ficção. Estudioso do grupo modernista cataguasense, ele publicou este
ano o livro Verdes Vozes Modernistas.
Envolvido desde cedo com literatura, Joaquim Branco participou da organização da
Exposição de Poesia Concreta de Cataguases, em 1968. No ano seguinte, publicou
seu livro de estréia, Concreções da Fala, obviamente ligado à estética
concretista.
Em 1969, ele já estava ligado ao Poema Processo, uma radicalização da poesia
concreta que dá mais peso a elementos gráficos não verbais.
Primeiro, um poema — digamos — tradicional, "Tiger". Uma criação baseada no
poema "O Outro Tigre", de Jorge Luis Borges, que por sua vez já comentava o
tigre do poeta romântico inglês William Blake (poesia.net
n. 71). Em seguida vêm dois poemas visuais, "Deus Ex Machina" e "Womanity".
Nos dois casos, tive de fazer pequenas intervenções nas peças, reduzindo-as para
que coubessem no exíguo espaço de texto à direita.
Um abraço, e até a próxima.
Carlos Machado
Blog do autor:
http://joaquimbranco.blogspot.com/
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A VIDA QUE NINGUÉM VÊ
A escritora gaúcha Eliane Brum é hoje uma ave rara no
jornalismo brasileiro. Com uma sensibilidade muito aguçada, ela escreve
reportagens que sempre trazem na essência o palpitar de vidas humanas.
Premiadíssima, Eliane é autora do livro Coluna Prestes – O Avesso da Lenda
e do documentário Uma História Severina. Este último, feito em parceria
com a cineasta Débora Diniz, mostra a saga de uma pernambucana grávida de filho
anencéfalo e impedida por lei de abortá-lo.
Eliane, que atualmente é repórter especial da revista Época, reuniu no
livro A Vida Que Ninguém Vê mais de uma dezena de reportagens que
escreveu para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Esse livro, cheio de
textos antológicos, está sendo lançado na
próxima semana em São Paulo:
Quando:
Segunda-feira, 18/09/2006
a partir das 18h30
Onde:
Livraria da Vila
Rua Fradique Coutinho, 915
Vila Madalena - São Paulo
Tel. (11) 3814-5811
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O tigre revisitado
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Joaquim Branco |
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TIGER
Corre a tarde em minh'alma e conjecturo
que o tigre vocativo
do meu verso
é um tigre de
símbolos e sombras (...)
Jorge Luis Borges, "O outro tigre" (in O fazedor)
Theda Bara me olha
com olhos de quem
mata, e diz:
Desata-me.
Decifrado, o olhar
que espreitara antes
agora fuzila firme
e em cheio
contra o vidro
de um pesadelo.
(Só Borges enfrentara
o tigre antes.)
Felina, garras e boca
em perfeita dentição
são arremessos para lá
de ameaçadores
mesmo sob uma irretocada
e espessa vigília.
DEUS EX MACHINA
WOMANITY
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