Donizete Galvão
Caros,
Reuni aqui, nesta página adicional ao boletim n. 302, alguns textos em prosa e
verso nos quais amigos escrevem sobre Donizete Galvão.
Julguei interessante juntar, numa só página, manifestações dispersas em blogs e
postagens do Facebook. Estas últimas, por exemplo, não estão acessíveis para
quem não participa da rede social.
Creio que essas notas de quem conheceu Donizete Galvão ajudam a traçar um
perfil do homem e do poeta.
Como este boletim foi produzido sem
planejamento, nem tive tempo de pedir aos autores dos textos autorização para
reproduzi-los.
Suponho, no entanto, que eles não vão se opor a esta
homenagem.
Roubei o título deste boletim complementar do poema "O Homem
Inacabado", de Vera Lúcia de Oliveira. De fato, "temos que juntar na pressa /
esses passos de ternura".
Carlos Machado
•o•
P.S.: Eu já havia concluído este boletim, quando — na
noite de terça-feira, 04/02 — recebi e-mail do romancista Luiz
Ruffato com o link para sua crônica na edição brasileira do jornal espanhol
El País. Mais uma bela homenagem a Donizete Galvão.
Eis aqui o endereço:
Luiz Ruffato - El País
•o•
OS AUTORES
* Humberto Werneck
Jornalista, cronista, biógrafo. Autor, entre outros, de O Desatino da
Rapaziada - Jornalistas e Escritores em Minas Gerais (1920-1970); O
Santo Sujo, uma biografia de Jayme Ovalle; e O Espalhador de
Passarinhos e outras crônicas.
Poesia.net n. 274a.
*
Vera Lúcia de Oliveira Poeta,ensaísta, professora de literatura. Paulista, reside na Itália. Autora dos livros de poesia
A Porta Range no Fim do Corredor (1983), Tempo de Doer (1998),
Geografias de Sombra (1989), A Chuva nos Ruídos (2004),
No Coração da Boca (2006), Entre as Junturas dos Ossos (2006).
Poesia.net n. 40 e
n. 235.
*
Dirceu Villa Poeta, tradutor, blogueiro. Autor dos livros de poesia
MCMXCVIII (Badaró, 1998), Descort (Hedra, 2003) e
Icterofagia (Hedra, 2008). Traduziu Ezra Pound, Joseph Conrad.
* Rodrigo Petronio Poeta, ensaísta, editor,
professor. Autor de livros como História Natural
(poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002), Assinatura do
Sol (poemas, Lisboa, 2005), Pedra de Luz (Poemas, 2005) e
Venho de um País Selvagem (poemas, 2009).
Poesia.net n. 150.
* Gilberto Nable Médico, poeta e contista.
Autor de Elegias Urbanas e Outros Poemas (1988), Menino
Abstrato
(contos, 1995), Percurso da Ausência (poemas, 2006) e O Mago sem
Pombos (poemas, 2008).
Poesia.net n. 190.
* Tarso de Melo Advogado, poeta, ensaísta.
Publicou, entre outros, A Lapso (poesia, 1999), Carbono
(2002), Planos de Fuga e Outros Poemas (2005), Exames de Rotina
(2008) e Caderno Inquieto
(2012).
Poesia.net n. 31.
* Ruy Proença Engenheiro, poeta, tradutor.
Publicou, entre outros, Pequenos Séculos (1985), A Lua Investirá
com Seus Chifres (1996), Como um Dia Come o Outro (1999) e
Visão do Térreo (2007).
Poesia.net n. 43.
* Guilherme Gontijo Flores Poeta, tradutor,
professor de literatura. Autor do volume de poesia Brasa Enganosa
(2013). Traduziu Sextus Propertius, Rainer Maria Rilke e Robert Burton. |
Passos de ternura
|
Amigos escrevem sobre Donizete Galvão |
|
-----------------------------------------------
• Humberto
Werneck - São Paulo, SP
-----------------------------------------------
UM ARTISTA DO CONVÍVIO
Tudo, daqui por diante, me fará lembrar de Donizete Galvão, bruscamente
desaparecido na madrugada de quinta-feira passada, aos 58 anos de idade. A
poesia, é claro, a um tempo delicada e forte, que ele destilou em livros ao
longo de um quarto de século, sete magros porém substanciosos volumes a que
volto sempre, e aos quais, a partir de agora, voltarei também pela falta
que já me faz o autor.
Mas não é só a poesia que me fará lembrar de
Donizete. Foi nisso que pensei quando, no velório, ao topar com dois, com
seis, com dez ou mais amigos comuns, repassei a genealogia de minhas
relações para constatar que a ele devo aquelas e outras tantas amizades, e
seus desdobramentos. Pois o Doni, mineiro de Borda da Mata transplantado
para São Paulo em meados dos anos 70, foi um tremendo agregador de
afetos. Como esquecer os "sabadônis", forrobodós que ele, ao lado da mulher,
Ana Tereza, e dos filhos, Bruno e Anna Lívia, promovia em sábados tornados
ainda mais especiais por prosa e mesa genuinamente mineiras?
Foi ali,
na rua Anatalícia Ferreira da Silva (quem terá sido essa criatura, brincava
eu numa reiterada sem-gracice, cujo prenome sugere desaniversários?), foi
ali que, mesmo não sendo dos mais assíduos, conheci os romancistas Luiz
Ruffato e Ricardo Lísias, e todo um time de poetas: Carlos Machado, Esio
Macedo Ribeiro, Fabio Weintraub, Ruy Proença, Sérgio Alcides, Sônia Barros,
Tarso de Melo. Foi também à sombra de Donizete Galvão que vi pela primeira
vez a Eltânia André, o Ivan Marques, a Leusa Araujo, o Mario Rui Feliciani e
o Ronaldo Cagiano. Faltou alguém? São tantos. Tinha, o Doni, ótimo faro
para gente boa, e habilidade para combinar achados.
Melhor pôr sob
reserva o "gente boa", pois também eu fui, faz quase 20 anos, fagocitado
pelo carinho nunca estridente desse garimpeiro de camaradagens. Já não
poderei dizer a ele o quanto lhe fiquei devendo pela suave insistência com
que bateu à minha porta, num instante em que o sofrimento ameaçava fazer de
mim um ser inóspito.
Até aí nos conhecíamos de raspão, e o Donizete,
com livro novo, Do Silêncio da Pedra, veio para perto.
Não, não era um autor a mais em busca de mãozinha na divulgação. Dentro do
exemplar que me enviou, este bilhete: "A rapaziada mineira (alguns não tão
rapazes assim) continua desatinada. Um dos desatinos é insistir em
publicar poesia. Não é uma coisa de louco? No caso dos mineiros, loucos
mansos".
Quando vi, lá estava eu, tão prosa, infiltrado por ele num
debate em torno de poesia. Na saída, um disco de Nina Simone e um toque em
versos despretensiosos: "A música é um ímã da poesia / Ora faz com que a
gente se desespere / quando com nota pontiaguda nos fere / Ora da
imperfeição humana nos isola / quando feito um bálsamo nos consola". Daí em
diante, ainda que sem grandes efusões (numa "não muito estouvada
confraternização", diria melhor Carlos Drummond), seguimos encontrados.
Ao menor pretexto, ou a pretexto algum, Donizete se fazia presente
também com agrados sempre certeiros. A gravura de tiragem baixa de Amilcar
de Castro (era ligadíssimo nas artes visuais) aqui nesta parede. Este
exemplar de Lições de Abismo, de Gustavo Corção, na edição da
Agir ilustrada por Oswaldo Goeldi. Um volume de 1914 sobre Mantegna. Poemas
de Paul Celan. O soneto que ele, Donizete Galvão, me dedicou nas páginas de
seu terceiro livro, A Carne e o Tempo, para o qual teve a temerária
generosidade adicional de me pedir um texto de apresentação.
Nos
últimos tempos, era mais por e-mail que a gente se falava, ou pelo Facebook,
onde eu não perdia os agridoces comentários com que Doni, cético mas
apaixonado, pontuava o nem sempre edificante andamento das coisas neste
mundo. Houve um dia, não faz muito, em que o assunto sendo os rarefeitos
encantos físicos da capital paulista, ele cravou: "A feiúra de São Paulo tem
suas vantagens. Quando nos visitam, não temos muita coisa bonita pra
mostrar. Então temos de conversar".
Lamento informar aos visitantes
que sem este tenaz artista do convívio o papo por aqui ficou mais pobre.
Paul Klee, Vista de St. Germain (1914)
---------------------------------------------------
•
Vera Lúcia de Oliveira - Perugia, Itália ---------------------------------------------------
O HOMEM INACABADO
Para Donizete Galvão
o homem inacabado é o que nunca envelhece
o homem inacabado é o que nunca para de crescer o homem inacabado é
o que morre provisório morre oblíquo na alvorada sem avisar ninguém
o homem inacabado deixa tudo por fazer e temos que juntar na pressa
esses passos de ternura que esquece pelas ruas de uma cidade habitada
até nas crostas mais nuas
Perugia, 30 de janeiro de 2014
Paul Klee, Jardins do Sul (1921)
-------------------------------------
•
Dirceu Villa - São Paulo, SP -------------------------------------
PRANTO POR DONIZETE GALVÃO
só é possível chorar como dora maar: com pedras que caem
rolando pelo rosto, na verdadeira miséria dos olhos. eles dóem aflitos,
se apertam e tremem, convulsos de pranto.
conhecer a dor não previne
a dor: a dor se repete dolorosa igual ou pior, é dor sem remédio sem
cura,
dura e durável dentro, dor sem dia ou noite, meu caro donizete.
não posso mais ― digo poeticamente ― sentir tanta dor: queremos dizer o
limite das pontas no
peito, da natureza dos fatos falíveis, e que a vida nos fosse mais do que
é, se tal poder
pudessem palavras.
chorar as rochas dos meus olhos, agora que dora
retorna, dora sua amiga poeta por quem você pediu viesse morte certa em
hora justa,
após vida completa;
não pediria nada, apenas que tão prematuro não
te cortassem o fio: tarde demais, está feito. é como fazem: sem aviso,
sem verdade, no seco e no insalubre,
velhas podres, tanta morte, donizete.
você vai e nos deixa. todo
dilema se foi, “teme não mais o mormaço do sol, ou a fúria do inverno”.
cansa o combate, que nós o sabemos combate:
carne & tempo, você disse bem.
cremado, pó ao pó, sem o
fetiche da cama de terra. isto é um adeus ao abraço, à presença, ao amigo
que amava: suas palavras me vêm em sua voz, e são ― não importa o que
diz quem não tem poesia
― para sempre.
Paul Klee, Anatomia de Afrodite (1915)
-------------------------------------------
•
Rodrigo Petronio - São Paulo, SP
-------------------------------------------
O ROSTO INACABADO
À
memória de Donizete Galvão
Em meio a um um mundo partido Você
tomou o partido das coisas Le parti pris des choses Você repetia
Ponge
Em meio às coisas as coisas triviais: Os ferrolhos, o capim,
a bosta da vaca, Os rumores das pedras as pedras distantes, Ao longe e
sem mais. Amante das frestas, do inútil, das sobras.
Entre as
cinzas da fala e as formas da agonia, Você cantou as coisas simples: O
halo da maçã, o dia redondo, O azul de um céu-navalha. A voz do poema
a fala emaranhada Em suas infinitas vozes Nomeava um mundo mudo - sua
obra.
Você captou o prumo e o gesto. A faca indecisa entre o
horizonte e o nada. Na água na terra imprecisa Entre a nuvem e o
minério Entre as bordas do mundo e Borba da Mata. Sob as coisas as
coisas, Matéria de sofrimento ainda não revelado.
E assim Em
uma câmara aberta de ecos Mesmo com a morte a vida o poema A
superfície das pedras em água e mistério Continua a tramar o seu rosto
inacabado.
Paul Klee, Flora na Areia (1927)
------------------------------------------------
•
Gilberto Nable - Belo Horizonte, MG
------------------------------------------------
ELEGIA PARA DONIZETE GALVÃO
A morte esvazia todos os recantos: gritar teu nome, agora,
seria gritar no vácuo, o grito sem som dos mudos. O certo é que não
vejas, nem percebas, tudo que, por ora, vai acontecendo.
Em uma curta estação — o tempo humano é tão breve — as
pessoas gravitaram, em torno do teu corpo, um pouco do calor e da
poesia. Um pouco do teu humor triste. Muito da tua generosidade.
Mas deixados à nossa própria sorte, ao peso específico que nos cega,
somos a quase completa escuridão, pobres órbitas que mal giram,
sólidas esferas de egoísmo umas às outras se chocando.
Paul Klee, Com o Sol Poente (1919)
-------------------------------------------
•
Tarso de Melo - Santo André, SP
-------------------------------------------
UMA CARTA PARA O DONI
Doni,
meu caro, é bem provável que os críticos agora se ocupem de ler sua poesia.
Costuma acontecer: o corpo frio costuma acender leitores. Eles dirão que sua
poesia fará muita falta, que você isso, que “GALVÃO, Donizete” aquilo. Você
será citado, Doni, indexado, choverão normas da ABNT em seu jardim. Um
jardim seco, sabemos, mas um jardim. E é bem provável que você ache ridículo
tudo isso, assim como sei que soará ridículo aos seus ouvidos rigorosos o
meu ato de escrever uma carta para quem não vai nem receber nem ler estas
palavras. Deixa estar. Não tenho hora melhor para ser ridículo. Sei bem que
você gastou mais tempo do que devia indagando o silêncio desses que agora
serão seus leitores. Seus leitores, veja só, justamente porque o silêncio
agora é seu, todo seu. Vai entender. Mas não é disso que gostaria de tratar
nesta nossa última carta. Quem vinha lendo seus livros sabia bem que poesia
não era o problema. Sobra poesia naqueles volumes magros. Cada um dos seus
livros fazia e continuará fazendo o banquete para seus leitores — os de
sempre e os de hoje em diante. O que seus amigos — e é incrível o número
deles — não aceitam é que você vá embora, assim, sem uma festa, sem um
abraço, sem mais convívio. Convívio. Taí uma palavra que eu não lembro de
ter lido nos seus poemas, mas que tinha tudo a ver com você. Convívio,
com-viver, viver-com. Chego a crer que todos os seus poemas só nasceram no
momento em que viver-com se mostrava problemático, difícil, crítico, como
naquele poema em que você xinga uma pomba que a cidade matou, como se
matasse a você. Mas eu não quero ficar lembrando, muito menos interpretando
seus poemas agora. Poemas? Todo mundo aqui sabia que poema era a mais fácil
das artes a que você se dedicou. Aliás, não vai ser nada difícil a vida de
quem ficar procurando em seus poemas alguma indicação de que a morte nos
rodeia. Moleza, Doni. Há uma sombra pesada sobre cada página que você
escreveu, tão densa quanto a atenção que você dedicava a cada pessoa que a
vida trazia para perto: o abraço sempre disponível, a leitura incansável, o
diálogo aberto, a mania de presentear, a ponte prontamente instalada. Coisas
que nem a poesia explica: o poeta do desconforto (escoiceado, mudo,
inacabado) era perito em propiciar conforto aos outros, a todos, o tempo
todo. Ah, Doni, como é que alguém que sempre tentou nos convencer que era
cedo demais para sair da mesa, sai tão cedo assim de nossa vida? Guardo aqui
o abraço que gostaria muito mesmo de ter entregue pessoalmente, seu amigo,
T.
Paul Klee, Em Torno do Peixe (1926)
--------------------------------------
•
Ruy Proença - São Paulo, SP
--------------------------------------
NOTÍCIA
(em memória de Donizete Galvão)
por que hoje tão cedo
fui olhar a romãzeira no quintal?
um sabiá grande
laranjeira voou do chão para o galho do galho para o telhado
da edícula
cabisbaixo volto para a cozinha e antes da soleira
da porta vejo delicada libélula morta
formigas a visitam
meu amigo morreu
a romãzeira dá frutos o ano todo
foi presente dele
é ele sempre presente
Paul Klee, Pássaros Amarelos (1923)
----------------------------------------------------
•
Guilherme Gontijo Flores - Curitiba, PR
----------------------------------------------------
DONIZETE GALVÃO (1995-2014), IN MEMORIAM
(trecho)
(...)
O Donizete, por exemplo, eu conheci
primeiro em livro & foto, aquela poesia pesada, noturna (“a noite é nossa
sina”), mineiramente doída (com seus bois, taperas, capins &c. “Nunca saí
dessa Minas que não termina”), ou melhor, paulistomineira & doída (como
negar que sua roça é provavelmente a mais urbana da poesia brasileira?), de
algum modo combinava com a imagem forte que eu tinha dele nas (2 ou 3) fotos
que eu conhecia. Sempre tive a impressão de que era um homem alto & robusto
— o que era imaginação, invenção daquela chancela, desejo de lhe dar uma
unidade coerente que nada tem de humano.
Em setembro de 2012, ele
veio a Curitiba fazer uma oficina de poesia: claro que fui pra conhecer a
figura, o Bernardo Brandão veio junto. Depois de um momento curioso de
primeira vista, comecei a rever o homem imaginado: não era tão alto,
notavelmente tímido, com uma voz hesitante & fina — fina que não cabia
naquele corpo pouco forte, mais afeito à barriga civilizatória. Essa mesma
voz fina sempre viria a me espantar nas outras vezes que o veria, como que
nunca pertencendo ao corpo. Pra terminar, a presença de anéis coletivos,
apinhados num mesmo dedo, cujo sentido nunca cheguei a perguntar, talvez por
simplesmente gostar daquilo sem compreender.
Enfim, a oficina foi
ótima, de Eliot ao Drummond profundo que eu sei que ele carregava consigo,
independente da mineirice partilhada (eu mesmo, mineiro pelas metades,
acabei por carregar esse modo & até penso que talvez esteja mesmo mais na
terra do que nas leituras de Drummond), passando por Sophia de Mello Breyner
Andresen. O que importa é que, depois da oficina, a gente foi conversar com
o homem & depois fomos tomar uma cerveja & depois fomos jantar com o homem,
de uma gentileza carinhosa & de uma abertura que vi poucas vezes no meio
literário: aqui convém dizer que muitas vezes o melhor, em literatura, é
ficar sem conhecer as pessoas, porque em geral o homem decepciona, está
sempre aquém da obra.
O Donizete não.
Não é nem que estivesse
além da obra — ele simplesmente era a contraparte da obra.
Com isso
eu quero dizer que encontrei no homem um aspecto solar que (quase) não
aparecia na sua poesia. Essa característica contrastiva — pessoa X obra —
tirava toda a aura da obra, & isso, penso eu, talvez fosse o melhor da obra.
Quem lê a sua poesia sente exatamente um estado de fim da aura, de poesia
inacabada, homem inacabado (título do seu último livro), cortado entre uma
origem roceira & uma vida urbana que nunca termina de se completar: um homem
a caminho do nada. Mas o Donizete ria bastante, pude dar longas risadas com
ele nas outras vezes que nos encontramos ao longo desse ano & meio, além de
discutir essas questões solares & noturnas, de qualquer modo sublunares, que
era o que nos importava.
(...)
poesia.net
www.algumapoesia.com.br
Carlos Machado,
2014
|
Fontes: • "Um artista do
convívio" Humberto Werneck,
O Estado de S.Paulo, 02/02/2014 • "O Homem
Inacabado" Vera Lúcia de Oliveira, no
Facebook
• "Pranto por
Donizete Galvão" Dirceu Villa, no blog
O Demônio Amarelo • "O Rosto Inacabado"
Rodrigo Petronio, no
Facebook
• "Elegia para Donizete Galvão"
Gilberto Nable, no
Facebook • "Uma carta para o Doni" Tarso de Melo, no
blog
Contra Tanto Silêncio
• "Notícia" Ruy Proença, no
Facebook • "Donizete
Galvão (1955-2014), in memoriam" Guilherme
Gontijo Flores, no
blog
Escamandro ______________ * Myriam Fraga, "Calendário: Março", in
Femina (1996) ______________
Todas as imagens são pinturas de Paul Klee (1879-1940), suíço naturalizado
alemão. A escolha desse pintor é também uma homenagem a Donizete Galvão, que
revelou num poema, "Quarteto em K" (de A Carne e o Tempo, 1997), sua
admiração aos artistas plásticos Wassily Kandinsky, Paul Klee, Yves Klein e
Anish Kapoor.
|
|