Hora de agradecer
Aos leitores, poetas e colaboradores do poesia.netDesde quando ficou claro que o poesia.net escapara das estatísticas de mortalidade infantil (lamentavelmente, a maior parte das publicações literárias deixa de existir em tenra idade), passei a comemorar cada ano que a publicação conseguiu vencer.
Chegou agora um momento especial: o poesia.net alcança, galhardo e con brio, 15 anos de existência. Então, parece justo soltar algum foguete virtual. Por isso mesmo, criei este site comemorativo do “jubileu de cristal” do boletim (aprendi a expressão com uma leitora).
Para mim, a maneira mais adequada de comemorar é agradecer a todos os leitores que, durante este decênio e meio, receberam as edições do boletim por e-mail ou as leram no site Alguma Poesia — procurando-as diretamente ou levados até lá pela extensão mais recente do boletim, a página poesia.net no Facebook.
* Se alguém, no início, me dissesse que eu ficaria 15 anos fazendo o poesia.net, nem eu mesmo acreditaria. Reconheço: é bastante tempo.
Mas não entendo que o mérito do boletim seja só meu. Pelo caminho, tomei contato com pessoas variadas que se tornaram amigas, conheci poetas, dialoguei com leitores interessantes. Então, se eu fazia o boletim, a partir de certo momento o boletim começou a me fazer. Ou seja, fui me enredando num laço que não me permitia mais parar.
Não quero com isso dizer que não tenho mérito nenhum e que não empreendi nenhum esforço para manter a publicação. Não é isso. Minha modéstia não chega a tanto. Mas o poesia.net é um veículo de comunicação. Segundo a teoria, a comunicação tem dois agentes básicos, o emissor e o receptor. O primeiro manda a mensagem. O outro a recebe, lê, vê, escuta. Contudo, o processo só se completa de fato quando o receptor envia de volta alguma resposta ao emissor.
Se ninguém nunca tivesse respondido nada, com certeza o boletim não teria permanecido tanto.
Agradeço, portanto, a todos: leitoras e leitores, e poetas, mulheres e homens, que cederam seus poemas — a substância essencial do boletim. * No entanto, acho que é justo fazer alguns agradecimentos especiais. Ao longo destes 15 anos, algumas pessoas deram incentivos fundamentais para a continuidade do boletim. Faço questão de citá-las nominalmente.
- O poeta e amigo mineiro Donizete Galvão (1955-2014), in memoriam, que deu sugestões, emprestou livros e apresentou poetas para sair no boletim.
- A poeta e dramaturga paulistana Renata Pallottini, que também sugeriu novos poetas, cedeu material e praticamente comentou todas as edições do poesia.net.
- Outra Renata, a web designer Renata Verdasca, minha ex-colega de redação jornalística, criadora do layout do boletim, uma página à la Mondrian. O continente se casou tão bem com o conteúdo que nunca tive coragem de mudá-lo nestes 15 anos.
- O contista e amigo baiano Valdomiro Santana, que fez profundas sugestões e críticas, estimulou a publicação e também amealhou considerável número de novos assinantes.
- Os poetas Vera Lúcia de Oliveira, Luiz Roberto Guedes e Luíza Mendes Furia, mais o jornalista Maurício Bonas, todos paulistas, que produziram as quatro únicas edições do boletim não escritas por mim.
- A psicanalista baiana Marcia Myriam Gomes, que transformou em assinantes do boletim um número expressivo de seus colegas nas lides freudianas.
- Minha esposa, Maria José, que não somente incentivou a feitura do boletim como suportou minha dedicação à faina poética. No acúmulo de quinze anos, isso representa um bom punhado de horas subtraídas ao convívio familiar.
Carlos Machado
São Paulo, dezembro de 2017