Histórias do boletim


Revelações diretamente dos bastidores do poesia.net



QUATRO EDIÇÕES ESPECIAIS

Nestes 15 anos houve quatro edições do boletim feitas por colaboradores. Uma foi o poesia.net n. 16 (abril, 2003), no qual o colega jornalista Maurício Bonas escreveu os comentários e selecionou os poemas do português Casimiro de Brito. Depois, na edição n. 187 (novembro, 2006), a poeta e amiga Vera Lúcia de Oliveira, paulista radicada na Itália, apresentou e traduziu a poesia do italiano Alessio Brandolini. Mais adiante, foi a vez da poeta Luíza Mendes Furia escrever o boletim n. 191 (novembro, 2006), no qual apresentou o poeta português Eugénio de Andrade. Por fim, no poesia.net n. 220 (agosto, 2007), o poeta e letrista Luiz Roberto Guedes trouxe para os leitores do boletim a poesia do cubano Nicolás Guillén, apresentada e traduzida pelo próprio Guedes.
QUESTÃO DE GÊNERO

O poesia.net ou a poesia.net? Observo que os leitores, cada um na sua, usam as duas formas. Eu, particularmente, uso “o”. Acostumei-me a tratar a publicação como “o boletim”. No entanto, não está errado quem trata o boletim como “a” poesia.net, concordando com publicação, página ou revista. Aqui, na seção Leitores, uniformizei tudo para o masculino.
SARAMAGO

Embora a página do Facebook também se chame poesia.net, o cartão poético que até agora fez mais sucesso na rede social não continha um poema. Era uma frase extraída de uma peça teatral de José Saramago, A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987). O cartão atingiu mais de 110 mil pessoas na primeira postagem, e mais de 70 mil na segunda.
CARTÃO POÉTICO

Em março de 2014, o poesia.net estreou no Facebook. No início, a ideia era apenas dar chamadas para o material já contido no site Alguma Poesia e divulgar as novas edições do boletim. Pessoalmente, minha experiência era nula em redes sociais. Mas logo descobri que o material do site era pouco para dinamizar a página. Então, com base nas epígrafes dos boletins (os versos ou frases citados no cabeçalho do poesia.net), surgiram os “cartões poéticos”. São poemas, ou trechos de poemas, montados num pequeno cartaz com a foto do poeta ou outra ilustração.
POEMAS E IMAGENS

Muitos leitores dizem que o boletim promove certa “harmonia” entre os poemas e as pinturas usadas como ilustrações. Na verdade, não é bem assim. No início, de fato procurei combinar textos e imagens, mas a busca de ilustrações “rimando” com textos representava um trabalho insano com resultados pífios. Um dia, descobri que o melhor seria ilustrar cada edição com trabalhos de um único pintor. Assim, o boletim passou a funcionar como uma galeria na qual o leitor encontra uma seleção de poemas entremeada com uma exposição de quadros.
ARTE BRASILEIRA

Os leitores devem ter observado que aparecem poucos artistas plásticos brasileiros na galeria de imagens dos boletins. Não se trata de escolha do editor. Na verdade, há poucas obras de artistas brasileiros disponíveis na internet. Neste momento — só para dar um exemplo — tenho “em estoque” cerca de 80 pintores pré-selecionados. Entre eles, há apenas seis brasileiros.
RETRATO OU PAISAGEM?

Nos boletins, dou preferência a pinturas no formato retrato (em contraposição ao formato paisagem). Mais uma vez, não se trata de preferência pessoal. Uma imagem horizontal, quando reduzida ao espaço exíguo do boletim, perde todo o encanto, porque os detalhes se tornam imperceptíveis. Os quadros de orientação vertical, ao contrário, perdem muito menos. Daí a preferência por eles.
IMAGENS NOVAS, EDIÇÕES ANTIGAS

Os boletins dos primeiros anos não tinham imagens ilustrativas. Agora, para manter o interesse (pelo menos visual) dessas edições antigas que estão no site, venho pouco a pouco adicionando imagens a algumas delas. Então, você corre o risco de encontrar um boletim de 2006 ilustrado com quadros datados de 2015.
A EQUIPE FANTASMA

Costumo receber mensagens de incentivo ao poesia.net dirigindo-se a “você e toda a sua equipe”. Em geral, agradeço, trato de outros assuntos levantados pelo leitor, mas não dou resposta a esse ponto. Fico com pena de confrontar a pessoa com a decepcionante verdade: não existe equipe...
NA ERA DO WHATSAPP

Para que as coisas não pareçam um perfeito idílio entre o boletim e seus leitores, é bom dizer que também há os que desistem do poesia.net e cancelam suas assinaturas. Com a ascensão das redes sociais e da comunicação via WhatsApp, a expansão das assinaturas por e-mail é bem mais lenta. Hoje os novos assinantes apenas compensam os cancelamentos e os endereços que, sem aviso, se tornam inválidos. Portanto, o número de pessoas que recebem o boletim por e-mail — cerca de 4 mil — ultimamente apenas se mantém: não cresce.
PERIODICIDADE

É engraçado perceber isto: mesmo leitores que acompanham o boletim há muitos anos não sabem precisar com qual frequência ele é editado. Alguns sugerem que é “mensal”; outros, “semanal”. Na verdade, o boletim circulou de 2002 a 2007 com uma edição por semana. A seguir, tornou-se quinzenal. O motivo foi explicado na primeira edição de 2008: “O boletim poesia.net, que nos últimos cinco anos circulou todas as quartas-feiras, passa a ser quinzenal. Quarta-feira sim, quarta não. Agora, após consultar meus estoques de poetas ‘boletináveis’, concluí que minha represa não seria capaz de continuar a abastecer o boletim toda semana com textos de qualidade no mínimo razoável. Então, para manter o padrão, vamos em passo mais lento.” Detalhe: creio que, na média, os boletins de após a mudança ficaram mais densos.
CINCO BOLETINS POPULARES

Cito de memória alguns dos boletins mais populares — ou seja, que renderam mais comentários e respostas dos leitores: edição n. 174: a “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias e suas mil e uma paródias, reinterpretações e citações; a edição n. 299: “10 poemas que viraram canções”; n. 309: “Cinco poemas inspirados na Bíblia”; n. 375: “Uma flor rebelde”, sobre o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade; e n. 382: "Nove poetas no feminino", seleção de poemas escritos por mulheres sobre a condição feminina.